Os planejadores de uso da terra no Peru podem estimar diferentes cenários de desmatamento, emissões de gases de efeito estufa e créditos de carbono usando uma nova ferramenta desenvolvida por cientistas do CIFOR-ICRAF, da Universidade Federal de Minas Gerais no Brasil e do Centro de Inteligência Territorial de Minas Gerais.
O SimPeru, que é executado no software Dinamica EGO (disponível para download aqui), é uma ferramenta de simulação que permite que os formuladores de políticas estimem o desmatamento futuro em um cenário de negócios como de costume (business as usual), bem como em um cenário de cumprimento dos compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa do Peru no âmbito do Acordo de Paris. Além disso, a ferramenta permite que os cenários sejam modelados levando em conta o plano florestal de uma determinada região.
Os usuários podem explorar os dados de todo o país ou por região ou departamento, bem como por categoria de uso da terra, seja em áreas protegidas, florestas zoneadas para produção de madeira, comunidades nativas ou comunidades camponesas. O SimPeru também permite comparar cenários e explorar o impacto das políticas destinadas a cumprir as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do Peru para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Uma série de estudos sobre padrões e limites de desmatamento, bem como diálogos entre ciência e política desenvolvidos entre 2021 e 2023 no âmbito do Estudo Comparativo Global sobre REDD+ (GCS REDD+), liderado pelo CIFOR-ICRAF, deu forma à ferramenta. Considerando que o uso da terra, a mudança no uso do solo e a silvicultura (LULUCF), que inclui o desmatamento, é a maior fonte de emissões no Peru, a nova ferramenta é um primeiro passo para sistematizar informações sobre o desmatamento futuro, as emissões e o potencial de financiamento de REDD+ no país.
Um instante do SimPerú mostra o resultado de uma simulação comparativa de paisagismo sob diferentes condições políticas.
“É mais fácil para os formuladores de políticas falarem sobre cenários se tiverem uma ferramenta que lhes permita visualizar os impactos”, disse Richard Van der Hoff, da Universidade Federal de Minas Gerais, que liderou o desenvolvimento do SimPeru.
Os desenvolvedores esperam expandir a ferramenta, de acordo com Van der Hoff. Uma possibilidade é incluir a degradação florestal nos cenários. Outra é incluir as turfeiras da Amazônia, assim que houver dados suficientes disponíveis. Pesquisas do CIFOR-ICRAF e de seus parceiros mostraram que as turfeiras amazônicas são um importante sumidouro de carbono e que a degradação desses ecossistemas pode ser uma fonte ainda maior de emissões de gases de efeito estufa do que o desmatamento.
A nova ferramenta permite modelar cenários em vários ecossistemas e adaptar os parâmetros para explorar diferentes cenários e visualizar imediatamente seus efeitos futuros em termos de emissões, reduções de emissões e REDD+.
“Não temos uma bola de cristal, mas, com base em informações anteriores, podemos criar um cenário detalhado”, disse Juliana Leroy Davis, do Centro de Inteligência Territorial.
A equipe também trabalhou em uma ferramenta semelhante para a República Democrática do Congo e recentemente lançou uma plataforma interativa para o Brasil.
Van der Hoff e o restante da equipe aguardam ansiosamente o feedback dos usuários da ferramenta, que pode ser enviado para richard.vanderhoff@inteligenciaterritorial.org.
Para obter mais informações sobre este tópico, entre em contato com Christopher Martius em c.martius@cifor-icraf.org e Richard Van der Hoff em richard.vanderhoff@inteligenciaterritorial.org.
Esse trabalho foi realizado como parte do Estudo Comparativo Global sobre REDD+ do Centro Internacional de Pesquisa Florestal. Os parceiros de financiamento que apoiaram esta pesquisa incluem a Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento, a Iniciativa Internacional do Clima (IKI) do Ministério Federal Alemão para o Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear e o Programa de Pesquisa CGIAR em Florestas, Árvores e Agrofloresta (CRP-FTA) com apoio financeiro de Doadores de Fundos CGIAR.
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