O estado do Pará, no Brasil, tem a ambiciosa meta de restaurar 5.400 milhões de hectares até 2030. Para isso, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) criou o Grupo de Trabalho (GT) do Plano de Recuperação da Vegetação Nativa (PRVN). A equipe técnico-científica do CIFOR-ICRAF Brasil foi convidada a colaborar em alguns eixos temáticos do plano como cadeia de insumos e serviços para restauração, além de pesquisa e inovação.
As oficinas do Plano de Recuperação da Vegetação Nativa (PRVN) são realizadas pelo Grupo de Trabalho da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará com o intuito de debater, orientar e ouvir as comunidades, a fim de desenvolver o PRVN de forma adequada às realidades e necessidades dessas comunidades.
Durante a Oficina do Plano de Recuperação da Vegetação Nativa (PRVN), realizada em Belém (Pará), Brasil, em 10 e 11 de julho, foi apresentado o Projeto Acelerador de Agroflorestas e Restauração. O projeto é uma iniciativa da The Nature Conservancy (TNC) e Amazon Inc. em parceria estratégica com o Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal (ICRAF), e vem sendo implantado no sudeste do Pará pela TNC e no nordeste do estado pelo CIFOR-ICRAF.
A convite da Aliança para a Restauração da Amazônia, Dr. Saulo Souza, coordenador de Pesquisa do CIFOR-ICRAF Brasil, apresentou as linhas gerais do Projeto Acelerador de Agroflorestas e Restauração, que visa criar oportunidades para agricultores e agricultoras familiares para melhorar sua produtividade, renda e bem-estar.
Os principais objetivos do Projeto Acelerador são, por intermédio da implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs), diversificar a produção, recuperar áreas improdutivas ou degradadas, apoiar a regularização ambiental de agricultores familiares e viabilizar mecanismo para participação em mercados de créditos de carbono florestal, além de capacitar técnicos agroflorestais para ofertar assistência técnica aos agricultores.
Os Sistemas Agroflorestais ou agroflorestas são uma forma de manejar e recuperar uma área degradada ou improdutiva combinando diversos tipos de plantios, como mandioca, açaí e cacau, juntamente com árvores, arbustos e palmeiras. Ao combinar diferentes plantas promove-se uma interação positiva que gera benefícios como a recuperação do solo, com a retenção de mais água e nutrientes, uma produção distribuída ao longo do ano, entre outros. Com o tempo, a área torna-se mais diversa e produtiva gerando mais oportunidades de comercialização e renda.
“As agroflorestas também ajudam a mitigar os impactos negativos das mudanças climáticas e, ao longo do tempo, podem gerar créditos de carbono que poderão ser comercializados pelos agricultores”, afirmou Dr. Saulo Souza.