
FORESTS NEWS
/ 31 May 2025
Como as abelhas estão trazendo nova vida às florestas e à agricultura
O exemplo da colheita sagrada de mel silvestre que perdura na Indonésia
Abelha se alimentando. Foto de Ted. Flickr, licença não comercial.
“Se cortarmos todas as árvores, morreremos.”
Todos os anos, com a chegada da estação seca nas remotas terras altas do Timor Ocidental, na Indonésia, a comunidade Olian-Fobia embarca nas trilhas dos guardiões da Reserva Natural do Monte Mutis.
A peregrinação é um ritual cultural e uma prática vital que entrelaça tradição, ecologia e economia. O destino: as imponentes árvores de Eucalyptus alba, lar da abelha gigante do mel, Apis dorsata. É ali que realizam a sagrada colheita do mel silvestre — uma prática que sustenta tanto a comunidade quanto a floresta que veneram.
A colheita do mel está profundamente enraizada nos costumes indígenas, envolvendo rituais que homenageiam os espíritos ancestrais e garantem a harmonia social. Os coletores escalam árvores de até 80 metros de altura sob o manto da noite, entoando cantos que pedem permissão às abelhas para coletar o mel. Essa abordagem respeitosa reflete uma profunda compreensão da relação simbiótica entre seres humanos e natureza.
Para além de seu significado cultural, essa tradição traz benefícios econômicos concretos. O mel do Monte Mutis fornece uma renda suplementar para o povo Olin-Fobia, com colheitas anuais que chegam a até 30 toneladas. A comunidade desenvolveu estratégias sustentáveis de marca e comercialização, garantindo que seu mel chegue a mercados mais amplos, sem comprometer suas práticas ecológicas.